A verdade sobre sapos, rãs e pererecas
Rãs, pererecas e sapos são considerados por muitas pessoas como animais indesejados e feios. Acreditar que são perigos é um engano muito comum, principalmente devido às muitas histórias difundidas erroneamente durante vários anos, levando muitos desses anfíbios a serem mortos devido ao medo e desconhecimento.
Realmente são perigosos?
Muitos sapos possuem glândulas de veneno em sua pele, porém, (apesar de serem venenosos) não são peçonhentos. Isso significa que não possuem formas de injetar seu veneno em alguém por vontade própria — consequentemente não são perigosos. Apenas animais peçonhentos possuem dentes, ferrões ou algum tipo de órgão capaz de injetar veneno.
O sapo mais facilmente encontrados em locais urbanos é o cururu, algumas vezes é possível encontrá-lo até mesmo nas casas. Ele possui duas pequenas bolsas de veneno atrás dos olhos, porém, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não espirra veneno, não tem urina tóxica e — muito menos — causa cegueira.
O veneno dos sapos como o cururu só é expelido caso suas glândulas sejam pressionadas (por exemplo, quando ele é mordido por um predador). O veneno faz o predador soltar o sapo devido ao gosto ruim, e pode causar um grande mal-estar dependendo da quantidade que foi ingerido. Porém, como o sapo não pode liberar seu veneno por conta própria, ele é totalmente inofensivo e pode até ser manuseado — com o devido cuidado.
Até mesmo o anfíbio mais venenoso do mundo, o famoso sapo-ponta-de-flecha que habita as regiões florestais do Norte do Brasil, Colômbia e Venezuela, pode ser manuseados com o devido cuidado — apesar de o uso de luvas ser recomendado.
Os componentes que tornam o veneno do sapo-ponta-de-flecha tão tóxico são produzidos a partir de uma dieta baseada em formigas que se alimentam de fungos e plantas com propriedades tóxicas. Quando estes animais são criados fora do seu habitat e alimentados de forma diferente, seu veneno se torna mais fraco.
Portanto, caso encontre um sapo-cururu ou algum outro em sua residência, não entre em pânico. Para evitar qualquer acidente, mantenha cães e crianças afastados e gentilmente remova-o do local ou espante-o para fora.
Como diferenciar sapos, rãs e pererecas?
Podemos dizer que as rãs são espécies mais aquáticas, têm peles macias e úmidas e membranas entre os dedos das patas traseiras. Os sapos, são principalmente terrestres com pele seca e rugosa. Já as pererecas, têm discos aderentes nos dedos e pernas mais finas e longas do que as rãs e os sapos.
Tal definição, no entanto, não é usada cientificamente por existirem muitas exceções. Portanto, a maneira como são chamados não é muito importante.
Por exemplo: O sapo-ponta-de-flecha pode se parecer com uma perereca, já que possui ventosas nas pontas dos dedos e pele brilhante e úmida. Outro anuro que podemos facilmente confundir é o sapo-martelo que apesar do seu nome, é, na verdade, uma perereca assim como a perereca-de-banheiro.
Rãs, pererecas e sapos podem parecer perigosos ou até mesmo nojentos, mas saiba que não farão mal algum. Ao contrário, eles se alimentam de insetos que poderiam transmitir doenças e ainda mostram se o ambiente que você mora está saudável e equilibrado, pois — com exceção do cururu — só conseguem viver onde a qualidade do ar e da água seja boa.
Então, caso você se depare com um em sua casa, apenas o retire do local, sem necessidade alguma de matá-lo. Abaixo separamos um vídeo do famoso biólogo Richard Rasmussen falando um pouco mais sobre as pererecas. Confira: