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O maior predador da era dos dinossauros

Todos nós já ouvimos falar do Tiranossauro rex, um grande predador com até 13 m de comprimento, dentes de até 30 cm, e cerca de 8 toneladas1 – um dos maiores dinossauros carnívoros que já caminharam sobre a Terra. Seu próprio nome demonstra sua grandiosidade, significando “lagarto-tirano-rei”.

Apesar de ser conhecido como o maior, mais forte e feroz predador,tal afirmação não é totalmente correta. O Tiranossauro rex pertencia a uma família de predadores muito parecidos, chamados tiranossaurídeos da qual há cerca de dez gêneros. Dentre os tiranossaurídeos mais conhecidos estão o Gorgossauro, o Albertossauro, o Tiranossauro e o Tarbossauro. Mediam entre 8 e 13 m de comprimento e pesavam entre 2 e 8 toneladas, aproximadamente.

Duas características que diferenciam os tiranossaurídeos de outros grupos são principalmente o crânio relativamente grande para seu tamanho e sua potente mordida. Apesar de variar conforme o gênero, os tiranossaurídeos possuíam, de forma geral, uma boa visão e audição, além disso, o olfato dessa família de dinossauros era provavelmente o mais aguçado dentre todos os animais que já existiram.2

Gráfico em escala de cinco tiranossaurídeos comparados a um humano

Gráfico em escala de cinco tiranossaurídeos comparados a um humano. Imagem de PaleoGeekSquared sob a licença CC-BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons

Viveram durante o Cretáceo superior — o último período da Era dos dinossauros, porém a maioria das espécies estão separadas por milhões de anos. Seus fósseis são encontrados em várias regiões da Ásia e América do Norte (sendo assim, não é possível encontrar Tiranossaurídeos na América do Sul).

O Tiranossauro rex foi o último membro conhecido desta família, assim como um dos últimos dinossauros não aviários a existir antes do evento de extinção Cretáceo-Paleogeno. Ao contrário da maioria dos outros dinossauros, fósseis muito completos foram encontrados para a maioria das espécies.3

Outra característica que tornou o T. rex tão famoso foi o tamanho de seus pequenos braços. Porém, muitos outros dinossauros também possuíam tal particularidade. Além dos tiranossaurídeos, outros dinossauros com braços pequenos, e que são frequentemente confundidos com o T. rex são o Abelissauro, Carnotauro, Giganotossauro, dentre outros que habitaram a América do Sul.

Outros grandes dinossauros

O T. rex foi descoberto por volta de 1900, encontrar um predador tão grande foi, sem dúvida, motivo de assombro para todos, sendo assim, receber o nome de “rei tirano” foi realmente apropriado para designar o maior predador já descoberto até então. No entanto, com o decorrer dos anos muitos outros grandes predadores foram encontrados e, apesar de o T. rex não ser mais considerado o maior predador, ainda é um dos maiores.

O Espinosaurus aegyptiacus, por exemplo, foi maior do que o T. rex, atingindo até 15 m de comprimento4 No entanto, os espinossauros não eram predadores tão fortes quanto os T-rex, e preferiam viver nas margens de rios e mares se alimentando principalmente de peixes.

Comparação de grandes terópodes)

Comparação de tamanho dos maiores terópodes. Imagem de KoprX sob a licença CC-BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons

Já o Giganotossauro, descoberto em 1993, atingia cerca de 13 m de comprimento5 (assim como o T.rex), mas não ganhou a mesma fama. Apesar de ter uma aparência muito mais similar, pertencia a um grupo totalmente diferente, a dos Carcaradontídeos, junto ao Caracaradontossauro, Tiranotitan e Mapussauro.

Sendo assim, nota-se que existiram outros dinossauros similares ao grande Tiranossauro rex, muitos deles, tendo menos do que 3 m de diferença em comprimento. Outros foram maiores ou tão grandes quanto o T-rex, no entanto, o T. rex continua a ser visto como o maior e mais conhecido predador de todos os tempos, provavelmente, devido ao fato de ter sido descoberto há mais tempo do que outros dinossauros e ter fósseis bem preservados e estudados.

Assim como acontece com os animais atuais, há uma grande diversidade de dinossauros que se adaptaram para viver das mais diversas formas. Alguns, por meio da evolução convergente, se tornaram parecidos em certos aspectos, como tamanho e proporção dos membros.

Podemos citar, por exemplo, a semelhança (até certo ponto) entre um ictiossauro e um golfinho. O ictiossauro foi um réptil que viveu dirante o triássico, já os golfinhos são mamíferos — ambos desenvolveram características muito semelhantes, como nadadeiras e um focinho longo mas não são o mesmo animal.

Exemplos de características compartilhadas tanto por golfinhos quanto por ictiopterígios

Exemplos de características compartilhadas tanto por golfinhos quanto por ictiopterígios. Imagem de Sceptic View sob a licença CC-BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons

Os dinossauros existiram por muito mais tempo do que nós humanos. Passaram por diversas mudanças e adaptações, e construíram sua própria árvore genealógica. Semelhantemente aos seres atuais, podem ser separados por gêneros, famílias e ordens com diversos subgrupos e variações — mesmo que ainda haja muito para ser descoberto.

Sendo assim, dificilmente podemos atribuir características únicas a um dinossauro, de forma que braços pequenos e um grande tamanho não é o que faz um dinossauro ser um Tiranossauro. Ao entendermos sobre a grande diversidade do mundo em que vivemos, percebemos cada vez mais quão complexo e vasto foi e ainda é.

Referências:


  1. Smithsonian MAGAZINE - Meet Scotty, the Largest and Longest-Lived T. Rex Ever Found  ↩︎

  2. Saveliev, S.V., Alifanov, V.R. A new study of the brain of the predatory dinosaur Tarbosaurus bataar (Theropoda, Tyrannosauridae). Paleontol. J. 41, 281–289 (2007). https://doi.org/10.1134/S0031030107030070  ↩︎

  3. Carpenter, Kenneth. (1992). Tyrannosaurids (Dinosauria) of Asia and North America.  ↩︎

  4. Spinosaurus is not an aquatic dinosaur - Paul C. Sereno, Nathan Myhrvold, Donald M. Henderson, Frank E. Fish, Daniel Vidal, Stephanie L. Baumgart, Tyler M. Keillor, Kiersten K. Formoso, Lauren L. Conroy bioRxiv 2022.05.25.493395; doi: https://doi.org/10.1101/2022.05.25.493395  ↩︎

  5. Reolid, M., Cardenal, F.J. & Reolid, J. Digital 3D models of theropods for approaching body-mass distribution and volume. J Iber Geol 47, 599–624 (2021). https://doi.org/10.1007/s41513-021-00172-1  ↩︎

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