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A variedade das salamandras

As salamandras estão entre os seres mais antigos da Terra. Seus fósseis mais antigos foram encontrados na China e na Mongólia, e datam de 165 milhões de anos. Até o momento, cerca de 450 espécies foram descobertas, podendo ter desde 3 centímetros (com a cauda) até 1,5 m e 65 kg – como é o caso da salamandra-gigante-da-china.

As salamandras são anfíbios tipicamente caracterizados pelo seu corpo semelhante ao de um lagarto. Porém, sua pele não tem escamas e assim como a de muitos outros anfíbios, é macia, fina e permeável. Um fator importante para sua respiração são as glândulas que sua pele produz para mantê-la sempre úmida, funcionando como uma membrana respiratória e para a termorregulação.

A camada viscosa em sua pele também a mantém protegida contra fungos, infecções bacterianas, torna o animal escorregadio e mais difícil de ser capturado e reduz a fricção ao nadar, além de produzir secreções repelentes ou tóxicas para seus predadores – que costumam ser aves , cobras , tartarugas , peixes e outros anfíbios . A pele pode ter cores monótonas ou vivas, exibindo vários padrões de listras, pontos ou manchas.

As salamandras são caçadoras oportunistas, geralmente não se limitam a um tipo de alimento em particular e comem quase todos os animais que couberem em suas bocas. As terrestres possuem uma língua pegajosa, quase do comprimento de seu próprio corpo e capturam suas presas esticando-as em uma fração de segundos, assim como os sapos e camaleões.

Salamandra endêmica do Brasil - Bolitoglossa Altamazonica. Imagem de Andreas Kay via Flickr.

Salamandra endêmica do Brasil - Bolitoglossa altamazonica. Imagem de Andreas Kay via Flickr.

Porém, ao contrário dos sapos , grande parte das salamandras, inclusive seus filhotes na fase larval, possuem pequenos dentes. As larvas (girinos) de salamandras normalmente possuem três pares de brânquias externas, cauda achatada lateralmente, barbatana dorsal e ventral, e corpo longo. Porém, a maioria das salamandras sem pulmões, como a que são encontradas no Brasil, já nascem como versões menores dos adultos, não passando pela fase de girinos.

A maior parte das salamandras habita a América do Norte, Europa e Ásia, e apenas uma família – a Plethodontidae – pode ser encontrada na América do Sul. Pertencem a essa família, as salamandras neotropicais do gênero Bolitoglossa que constituem cerca de um quinto de todas as espécies conhecidas, mas apenas cinco espécies habitam o Brasil.

As salamandras encontradas no Brasil podem ter de 6 a 12 cm e, como todos os membros de sua família, não possuem pulmões. Elas respiram através da pele e dos tecidos ligados à boca já que a pele funciona como os pulmões e suas narinas não são usadas para respirar, e sim, apenas para detectar cheiros.

Devido a isso, as salamandras se deparam com o desafio de remover água e detritos das passagens nasais, o que pode dificultar significativamente o olfato. Portanto, possuem uma fenda vertical entre a narina e o lábio superior, conhecida como “sulco nasolabial”, — que ajuda na drenagem do nariz.

Salamandra endêmica do Brasil, descoberta em 2013 - Bolitoglossa Caldwellae. Imagem de Tomaz Nascimento de Melo via Inaturalist.org

Salamandra endêmica do Brasil, descoberta em 2013 - Bolitoglossa Caldwellae. Imagem de Tomaz Nascimento de Melo via Inaturalist.org

Três destas cinco espécies endêmicas, foram descobertas apenas em 2013. Até o momento, não foi possível estimar o tamanho da área em que as populações destas espécies estão distribuídas para saber se correm risco de extinção. Apenas a espécie B. paraensis, consta na lista de espécies ameaçadas do estado do Pará.

Apesar de o status das outras espécies serem desconhecidos, muitas mostram um declínio significativo em seus números desde o final do século 20. O desmatamento, a poluição, doenças e mudanças climáticas são as causas que mais influenciam para esse declínio. Várias iniciativas de conservação estão sendo praticadas em todo o mundo, sendo algumas delas por meio da inseminação artificial em salamandras e também por meio da educação e conscientização ambiental.

As salamandras são os únicos vertebrados capazes de regenerar tecidos e órgãos complexos, como membros perdidos ou outras partes afetadas de seus corpos, e cada família possui seu próprio modo de regeneração. Pesquisadores da área pretendem fazer engenharia reversa de seus incríveis ​processos regenerativos para desenvolver aplicações médicas humanas, como o tratamento da medula espinhal, de lesões cerebrais ou prevenir cicatrizes.

Leia mais em:

AmphibiaWeb - Plethodontidae

The Local Distribution and Ecology of the Plethodontid Salamanders of the Southern Appalachians

Missing Parts? Salamander Regeneration Secret Revealed

Salamandras

The Function of the Naso-Labial Groove of Plethodontid Salamanders

Taxonomy and distribution of the salamander genus Bolitoglossa Duméril, Bibron & Duméril, 1854 (Amphibia, Caudata, Plethodontidae) in Brazilian Amazonia

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