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Diferenças entre mariposas e borboletas

As borboletas e mariposas fazem parte de uma das ordens mais difundidas e amplamente reconhecidas no mundo – a Lepdoptera. Existem cerca de 180.000 espécies de lepidópteros no mundo, das quais a maioria é constituída de mariposas e cerca de 17.500 são borboletas porém, estes números podem ser ainda maiores. Representam cerca de 10% de todas as espécies descritas de organismos vivos1 e 16% de todas as espécies de insetos viventes2.

No Brasil, existem aproximadamente 25.000 mariposas e 3.300 borboletas2. Apesar de esta ser a ordem de insetos mais reconhecida e popular, com muitas pessoas envolvidas na observação, estudo, coleta, criação e comércio, ainda há muito a ser aprendido sobre esses animais.

Os lepidópteros são encontrados em todos os continentes, exceto na Antártida. Habitam desde desertos às florestas tropicais, de praias a planaltos montanhosos, mas quase sempre associados a plantas com flores. Sendo assim, também estão entre os grupos de insetos mais bem-sucedidos.

Qual a diferença entre borboletas e mariposas?

Os lepidópteros podem ser separado em duas subordens: Rhopalocera e Heterocera, que compreende o grupo das borboletas e o das mariposas respectivamente. Essa classificação, no entanto, é questionada por muitos estudiosos, e a estrutura do táxon ainda é debatida entre os taxonomistas.

No entanto, existem alguns aspectos relacionados à morfologia e ao comportamento que podem diferenciar estes dois animais.

Mariposas

Mariposa-falcao

Mariposa-falcão. Imagem de illuvis

As mariposas possuem uma grande variedade de tamanhos podendo ter desde 2,5 mm de comprimento – como as mariposas das famílias Gracillariidae e Nepticulidae, até uma envergadura superior a 25 cm, como a mariposa Atlas (Attacus atlas).

Quando em repouso, suas asas ficam abertas, e suas antenas podem ter formas de pente, penas, ou serem filamentosas e sem clavas (bolinhas) nas pontas. Logo antes de chegar ao estágio de pupa, maioria das lagartas de mariposas constroem casulos feitos de seda para se protegerem.

As mariposas tendem a ter corpos robustos e as cerdas de suas asas as tornam mais densas e com aspecto peludo3. Além disso, as cerdas de muitos gêneros (como Saturniidae e Sphingidae) são adaptadas especialmente para a camuflagem e a fuga de sonares, absorvendo os ecos emitidos pelos morcegos e lhes dando uma vantagem na fuga4 5.

Ao longo de milhões de anos, as mariposas desenvolveram uma ampla gama de padrões de asas e coloração, apesar de grande parte possuir cores monótonas e simples algumas têm cores vivas e padrões complexos.

As espécies que voam e se alimentam principalmente à noite geralmente são marrons, cinzas, brancas ou pretas — muitas vezes com padrões de zigue-zagues ou manchas que as ajudam a se camuflarem enquanto descansam durante o dia.

Apesar de a maioria das mariposas ser noturna, há também mariposas diurnas. Estas costumam ser coloridas — principalmente se forem tóxicas — e evoluíram para localizar seus companheiros visualmente e não por feromônios como as noturnas com cores monótonas. Suas cores claras também ajudam a manter alguns predadores afastados ou atrair parceiros e garantir a sobrevivência da espécie.

Borboletas

Borboleta-cauda-de-andorinha

Borboleta-cauda-de-andorinha. Imagem de Jamesdemers

As borboletas também podem ter uma frande variedade de tamanhos, havendo espécies com menos de 1 cm como a “Botão Azul” (Pseudophilotes sinaicus) até espécies com 30 centímetros, como a borboleta “Rainha Alexandra Birdwings” (Ornithoptera alexandrae).

Geralmente as borboletas possuem hábito diurno – voando e se alimentando durante o dia. A maioria tem cores claras brilhantes em suas asas. Quando pousam, suas asas costumam ficar fechadas, mas podem pousar com as asas abertas por curtos períodos para se aquecerem. No entanto, algumas borboletas (como as estaladeiras) são vistas a maior parte das vezes pousadas com suas asas paralelas ao corpo enquanto se camuflam sobre o tronco das árvores.

As borboletas possuem o corpo esbelto e liso, suas antenas são filamentosas, finas e dilatadas na ponta (clavadas). Ao chegar ao estágio de pupa, expelem uma proteína que quando endurecida, formará a crisálida.

Podemos dizer que, as principais diferenças entre borboletas e mariposas se encontram segundo as características abaixo:

Borboletas

Mariposas

Hábitos diurnos Hábitos noturnos
Mantém as asas fechadas Mantém as asas abertas
Cores contrastantes vibrantes Cores neutras
Formam crisálidas Constroem casulos de seda
Antenas finas com a ponta clavada Antenas variadas mas nunca clavadas
Corpos esguios Corpos robustos
Asas escamadas Asas com cerdas

É importante salientar que não há uma regra absoluta para o que define uma borboleta e uma mariposa. Embora várias distinções possam ser feitas, sempre há exceções. Há borboletas que mantêm suas asas abertas e de cores monótonas; assim como há mariposas com asas coloridas, chamativas e ativas durante o dia.

Quem veio primeiro, borboletas ou mariposas?

Mariposa

Mariposa. Imagem de Emphyrio

Os lepidópteros existem há cerca de 190 milhões de anos. As evidências fósseis sugerem que as mariposas possuem uma história muito longa e complexa e, a partir delas, apareceram as borboletas, cerca de 140 milhões de anos depois6.

Durante o Eoceno , quando os morcegos começaram a caçar pelo céu noturno, forçaram certas mariposas a abandonarem seus ouvidos sensíveis de detecção de sonar e voarem durante o dia para evitar serem comidas, estimulando a evolução das borboletas modernas7.

Importância, Ameaça e Conservação

Borboleta-asa-de-vidro

Borboleta-asa-de-vidro. Imagem de perezvcking

Borboletas e mariposas desempenham um papel importante no ecossistema como polinizadoras e como alimento para outros animais. Muitas espécies de mariposas e borboletas são de interesse econômico por seu papel como polinizadoras, pela seda que produzem ou por serem ótimas candidatas ao combate de plantas invasoras — juntas aos besouros, as mariposas representam uma das ordens mais comuns de agentes biocontroladores.

Por responderem rapidamente às mudanças ambientais, incluindo mudanças climáticas, atmosféricas e alteração da paisagem, os lepidópteros servem como um meio de detectar ameaças aos recursos biológicos e como um sistema de alerta precoce para a degradação ecológica5.

Referências:


  1. London’s Global University - The Lepidoptera Taxome Project  ↩︎

  2. Icmbio - Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Lepidópteros Ameaçados de Extinção  ↩︎

  3. Australian Museum - What are the differences between butterflies and moths?  ↩︎

  4. Smithsonian Magazine - Deaf Moths May Use Their ‘Fur’ To Avoid Hungry Bats  ↩︎

  5. E-disciplinas - USP: Diversity and Significance of Lepidoptera: A Phylogenetic Perspective  ↩︎

  6. Chihuahuan Desert Nature Center - Evolution of Moths and Butterflies  ↩︎

  7. The Guardian - Butterfly sought sun to beat bats  ↩︎

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