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As 5 maiores extinções

A extinção dos dinossauros não foi a única extinção em massa. Desde quando há vida na Terra, várias aconteceram, e todas as divisões feitas na história do tempo geológico (como Cretáceo, Jurássico e Triássico), são baseadas em extinções em massa.

Ao contrário da extinção local, que é a extinção de uma população em uma determinada região, a extinção em massa pode ser definida como um acontecimento geológico caracterizado pela extinção de inúmeras espécies, reduzindo grandemente a diversidade de vida no planeta todo.

Esses fenômenos são normalmente associados a uma combinação de fatores que variam de um evento para o outro, podendo ser causadas por asteroides, mudanças climáticas, erupções vulcânicas, alterações no nível do mar, a movimentação dos continentes, entre outros. No entanto, quanto mais antigo é o fóssil, mais difícil é encontrá-lo e obter informações sobre a geologia local. Sendo assim, não é uma tarefa fácil saber o que causou exatamente cada extinção, e muito do que sabemos atualmente, é baseado principalmente em estudos teóricos.

Apesar de terem sido grandes catástrofes, as extinções aceleraram a evolução da vida na Terra. Estes eventos, eliminaram os grupos dominantes abrindo espaço para novos habitantes.

Houveram muitas grandes extinções, sendo difícil definir exatamente o que constitui um desses eventos como “principal” e diferentes paleontólogos possuem opiniões diferentes sobre quantas grandes extinções ocorreram. Porém, há um consenso de que houve 5 extinções massivas:

Escala do tempo geológico simplificada, mostrando os éons, eras, e as divisões de períodos, épocas e idades.

Escala do tempo geológico mostrando os éons, eras, e as divisões de períodos, épocas e idades. Com indicação de alguns eventos importantes na evolução da vida (modif. de Tarbuck & Lutgens 1996 e Gradstein et al. 2004) Imagem via ResearchGate sob a licença CC-BY-NC 4.0

Era Paleozoica

A Era Paleozoica é conhecida pelos dois eventos mais importantes na história da vida animal. No início, houve uma grande diversificação conhecida como “Explosão Cambriana”. Nesse período, surgiram os primeiros invertebrados marinhos, como trilobitas, moluscos, estrelas-do-mar, corais, etc. Os peixes surgiram durante o Período Ordoviciano primeiramente nas águas doces, cerca de 54 milhões de anos depois da explosão Cambriana.

No período Ordoviciano as algas que surgiram ficavam nos litorais, hora submersas e hora fora d’água, desta forma, começaram a se adaptar à vida terrestre. Em consequência, os musgos começaram a se desenvolver nas pedras e se proliferarem ao serem levados pelo vento, dando início às plantas terrestres durante o período Siluriano.

No período Devoniano, cerca de 27 milhões de anos depois do Siluriano as florestas começaram a crescer. Nesse período, também surgiram os primeiros insetos e anfíbios. Cerca de 57 milhões de anos depois, surgiram os primeiros répteis, durante o período Carbonífero, e no Permiano, 60 milhões de anos depois, houve a maior extinção do mundo.

Extinção do Ordoviciano

O fim do período Ordoviciano foi marcado pela segunda maior extinção em massa, sendo quase duas vezes mais severa do que a extinção dos dinossauros (sobre a qual falaremos adiante) e ficando abaixo apenas da extinção do Permiano, que aconteceria muitos milhares de anos depois desta. Esta extinção, causou o desaparecimento de cerca de 85% das espécies marinhas.

Há muita controvérsia sobre o que causou a extinção, mas, uma das teorias mais aceitas até o momento é que foi o resultado da queda dos níveis de dióxido de carbono que desencadeou um rápido resfriamento global. Isso causou uma diminuição no nível do mar e reduziu o habitat disponível para muitos organismos. A Terra foi coberta de gelo fazendo com que a vida marinha fosse extinta ou se readaptasse criando um ecossistema resistente às águas frias.

Uma segunda fase de extinção ocorreu devido a um aquecimento global que, consequentemente, elevou novamente o nível do mar e causou a diminuição das geleiras. A segunda fase está associada à grande queda de oxigênio e à toxicidade da água.

Porém, em maio de 2020, estudos sugeriram que a causa da extinção em massa, na verdade, teria sido o aquecimento global, relacionado a erupções vulcânicas e aos baixos níveis de oxigênio na atmosfera – e não devido ao resfriamento e glaciação, como considerado anteriormente. Portanto, ainda faltam dados e estudos para que uma única teoria precisa seja aceita.

Este é o diorama de um antigo leito marinho na área de Cincinnati, Ohio, durante o Ordoviciano Superior. Esta é uma exposição pública no Museu Estadual de História Natural de Nebraska. Os organismos descritos incluem um cefalópode nautilóide de casca reta, trilobitas Isotelus & Flexicalymene, corais chifres Grewingkia, corais coloniais, bivalves, gastrópodes, braquiópodes, briozoários, crinóides, edrioasteroides, estrelas do mar e algas.

Este é o diorama de um antigo leito marinho na área de Cincinnati, Ohio, durante o Ordoviciano Superior. Esta é uma exposição pública no Museu Estadual de História Natural de Nebraska. Os organismos descritos incluem um cefalópode nautilóide de casca reta, trilobitas Isotelus & Flexicalymene, corais chifres Grewingkia, corais coloniais, bivalves, gastrópodes, braquiópodes, briozoários, crinóides, edrioasteroides, estrelas do mar e algas.

Extinção do Devoniano Superior

As causas da extinção de 70% de toda a vida marinha ainda são desconhecidas mas as teorias mais apoiadas são – assim como as da extinção anterior – a queda das temperaturas, falta de oxigênio e envenenamento dos mares. A duração desse evento é incerta, mas estimativas variam de 20-25 milhões de anos e há evidências de aproximadamente oito a dez catástrofes durante esse período.

Nesta época, surgiram enormes recifes de corais, peixes e tubarões. Em terra, surgiram os primeiros anfíbios e artrópodes . As plantas passaram de 30 cm a enormes 30 m desde o início desse período.

Diorama de um antigo leito marinho durante o Devoniano. Esta é uma exposição pública no Museu das Montanhas Rochosas em Bozeman, Montana. Os animais representados incluem cefalópodes de casca reta e espiralada, crinóides, corais solitários e coloniais, um placoderme artrodire e algas.

Diorama de um antigo leito marinho durante o Devoniano. Esta é uma exposição pública no Museu das Montanhas Rochosas em Bozeman, Montana. Os organismos representados incluem cefalópodes de casca reta e espiralada, crinóides, corais solitários e coloniais, um placoderme artrodire e algas. Imagem de James St. John via Wikimedia

Extinção Permiana

Esta foi maior extinção massiva do mundo, eliminando 95% dos animais marinhos e 78% dos animais terrestres, sendo o único evento de extinção em massa conhecido que eliminou também os insetos. Esta extinção também foi a que levou mais tempo para que a biodiversidade se recuperasse, levando até 30 milhões de anos para voltar à forma de antes.

Devido ao seu impacto, esta extinção foi descrita pelo paleontólogo Douglas H. Erwin como A mãe de todas as extinções em massa.

Há dois principais eventos que podem ter colaborado com uma série de tragédias climáticas como a chuva áida, efeito estufa, contaminação atmosférica e escuridão, que causaram o fim de uma era. Um dos principais eventos da extinção foi a erupção das Armadilhas Siberianas — uma região quase do tamanho do Brasil formada por grandes vulcões cujas erupções duraram cerca de 2 milhões de anos. Os gases expelidos envenenaram a água o solo, intoxicando todo o mundo, levando ao fim a Era Permiana. Ainda hoje a lava que esfriou e secou sobre a terra cobre uma área do tamanho do México.

Como se isso não bastasse, um asteroide caiu onde hoje fica a cidade de Araguainha (MT) formando uma cratera de 40 km. O impacto destruiu tudo num raio de 240 km e liberou uma imensa quantidade de gás metano que aumentou ainda mais temperatura terrestre. A junção da poeira e dos gases dos vulcões e do asteroide se intensificou de tal forma que impediu a passagem de luz na Terra por muitos e muitos anos, acabando com quase toda a vida no planeta.1

Durante o Permiano, as plantas, animais e insetos já haviam se desenvolvido muito mais desde a última extinção, além de vários anfíbios e lagartos grandes e pequenos.

Os Arcossauros e principalmente os Terapsídeos eram os principais vertebrados terrestres.

Reconstrução baseada na vida no solo de uma floresta do Permiano, com um Eryops sendo representado. Esta é uma exposição pública no Carnegie Museum of Natural History em Pittsburgh, Pensilvânia.

Reconstrução baseada na vida no solo de uma floresta do Permiano, com um Eryops sendo representado. Esta é uma exposição pública no Carnegie Museum of Natural History em Pittsburgh, Pensilvânia.

Era Mesozoica

A Era Mesozoica se inicia e termina junto ao surgimento e extinção dos dinossauros e pterossauros . É dividida em três períodos: Triássico, Jurássico e Cretáceo. Nesta Era, ocorreram muitas mudanças climáticas e terremotos. Durante o Triássico, toda a superfície da Terra estava unida em um único continente chamado Pangeia. Porém, no fim da Era dos dinossauros, durante o período Cretáceo, muitos continentes já haviam se separado.

Extinção do Triássico

A primeira extinção da Era Mesozoica teve um grande impacto nos vertebrados terrestres e nos invertebrados marinhos. Cerca de 70% de todas as espécies foram extintas.

No mar, as faunas dos recifes foram dizimadas, as amonitas – um tipo de molusco – e os equinodermos como estrelas-do-mar quase foram extintos. Houve também uma queda na diversidade de peixes e répteis marinhos, porém não tão elevada quanto dos outros seres marinhos.

Em terra, todos os arcossauros, muitos terapsídeos e grandes anfíbios da época também desapareceram. Porém, as plantas, os dinossauros e os pterossauros , não foram afetados, permitindo que se tornassem os animais dominantes nos períodos Jurássico e Cretáceo.

Existem diversas teorias que tentam explicar o motivo da extinção, mas todas são refutáveis. A teoria mais aceita, no entanto, é a de que grandes erupções vulcânicas teriam liberado enormes quantidades de dióxido de carbono e dióxido de enxofre, desencadeando um intenso aquecimento global que acidificou os oceanos, havendo em seguida um grande resfriamento global. Contudo, os efeitos de tais processos sobre os animais e plantas deste período não são bem compreendidos.

Durante o Triássico, os anfíbios eram principalmente representados por animais semelhantes a grandes salamandras e, embora anfíbios modernos como sapos tenham aparecido nessa época, se tornaram mais comuns apenas no Jurássico.

No Triássico, um subgrupo de arcossauros sobreviventes, os dinossauros , começaram a se destacar pela primeira vez, assim como os mamíferos descendentes dos Terapsídeos , os pterossauros e as flores.

Diorama do período Triássica. Exposição no Museum am Löwentor, Stuttgart (Alemanha). Os animas aqui representados são um Paratipotórax em primeiro plano e Batrachotomus em segundo plano

Diorama do período Triássica. Exposição no Museum am Löwentor, Stuttgart (Alemanha). Os animas aqui representados são um Paratipotórax em primeiro plano e Batrachotomus em segundo plano.

Extinção do Cretáceo

Esta é sem dúvida a extinção mais conhecida no mundo, e acabou com 75% de todas as espécies.

A teoria mais aceita para este evento, fala sobre o aumento do vulcanismo que liberou gases tóxicos acabando com os ecossistemas. Além disso, é claro, um meteoro de 10 km de diametro que caiu nas águas onde hoje se transformou no Golfo do México. De acordo com diversos estudos, seu impacto com a Terra liberou energia equivalente à explosão de cinco bilhões de bombas atômicas (como as usadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945). O impacto teria levantado um grande número de rochas ao espaço que caíram de volta na Terra como uma chuva de rochas incendiárias.

A vaporização das rochas nos oceanos aumentou sua acidez levando muitos animais à exintinção, assim como causou um efeito estufa, aquecendo todo o planeta. Consequentemente, uma grande massa partículas geradas pelo vulcanismo, pelo metoro e pelos incendios bloquearam a luz do sol, e a temperatura que havia subido, rapidamente tornou a cair.

Essa oscilação dizimou cadeias alimentares tanto em ambientes terrestres quanto marinhos. Sem a luz do solar, muitas das plantas aquáticas e terrestres que dependem da fotossíntese morreram ou foram extintas. Como consequência, os animais herbívoros morreram, consequentemente, carnívoros como o Tiranossauro Rex também ficaram sem alimento. Em apenas algumas décadas 75% dos animais (inclusive os dinossauros ) foram extintos.1

Os únicos animais que conseguiram sobreviver foram as aves, pequenos mamíferos , animais onívoros, insetívoros ou carniceiros – provavelmente devido ao aumento de suas fontes de alimento ou por serem animais que não precisam de alimentos em grandes quantidades. Também conseguiram sobreviver os animais que viviam no fundo dos oceanos e se alimentavam de detritos.

A eliminação dos grupos dominantes do Cretáceo permitiu que outros animais tomassem seu lugar, causando uma notável substituição dos dinossauros pelos mamíferos. Todos os animais que sobreviveram à última extinção, como aves, répteis, peixes e insetos, se desenvolveram e sediversificaram rapidamente sem os antigos animais dominantes.


Ainda há debates sobre as causas de todas as extinções em massa, mas as principais são as alterações climáticas, a grande movimentação dos continentes que causavam reações em cadeias, como grandes erupções vulcânicas espalhando componentes tóxicos pelo ar e água, e eventos extraterrestres como a queda de meteoros e asteroides.

Por mais que pareça que havia muitas catástrofes e extinções, vale ressaltar que o intervalo entre cada uma delas é de milhões de anos. Da mesma forma, os animais de cada uma dessas épocas não entraram em extinção em questão de dias ou meses. A extinção total, na maioria das vezes, foi um processo que durou milhares de anos para ser concluída.

Extinção do Holoceno

Em um estudo feitos pelos paleontólogos Sepkoski e Raup foi confirmado que desde 1982 que estamos a caminho de uma sexta extinção em massa.

Será o resultado da atividade humana, impulsionada pelo crescimento populacional e consumo excessivo dos recursos naturais. Segundo a IPBES (Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos), mais de 800 espécies desapareceram nos últimos 500 anos, uma taxa de 1 mil a 10 mil vezes mais rápida do que sem a existência dos humanos.

Além disso, em estudo de 2020 feito por pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, estima que uma em cada três espécies de plantas e animais poderá desaparecer nos próximos 50 anos em decorrência das mudanças climáticas. Isso sem falar do desmatamento, da caça ilegal e poluição dos mares que fazem esses números serem ainda mais alarmantes. Portanto, é importante cuidarmos do nosso planeta!


Leia mais em:

Extinção em massa

Ordovician–Silurian extinction events

Late Devonian extinction

Permian–Triassic extinction event

Triassic–Jurassic extinction event

Cretaceous–Paleogene extinction event

Extinção em massa do Holoceno

Recent responses to climate change reveal the drivers of species extinction and survival

Accelerated modern human–induced species losses: Entering the sixth mass extinction

Mammal diversity will take millions of years to recover from the current biodiversity crisis


  1. (ANELLI, Luiz Eduardo. Dinossauros e outros monstros: uma viagem à pré-história do Brasil . São Paulo: Peirópolis; Edusp, 2015. ISBN: 8575964216.) ↩︎

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